outubro 14, 2025  

ENRAIZADOS NA TERRA

Uma fazenda gerenciada pela terceira geração de uma mesma família, em Rio Verde (GO), mostra como cultivar como uma floresta pode fortalecer a resiliência no campo.

 

Nas paisagens de Rio Verde, em Goiás, famílias cultivam a terra há gerações. É uma região de beleza singular, mas também marcada por desafios. As mudanças climáticahttps://www.pepsico.com.br/nossas-historias/historia/enraizados-na-terras vêm exigindo dos produtores novas formas de manter a produtividade sem esgotar os recursos naturais. Para Maria Vitória Vasconcelos e seu marido, Daniel, a resposta está em repensar a relação entre agricultura e natureza — e contar com parcerias que viabilizam a adoção de práticas inovadoras.

De volta às raízes familiares

 

Após concluir a faculdade há cerca de dez anos, Maria voltou à fazenda da família para apoiar o pai na gestão da propriedade. Criada ouvindo seus ensinamentos e formada em agronomia, ela sempre teve o desejo de ampliar o legado familiar. “Sempre me interessei por formas de integrar a agricultura à natureza”, conta. “Trabalhar com meu pai abriu espaço para pensar em um sistema de produção mais sustentável.” Na época, a fazenda — com 2.500 hectares dedicados ao cultivo de milho, soja, café e à criação de suínos — enfrentava os mesmos desafios comuns na região: solo desgastado e produtividade instável. 

 

 

Cultivar como uma floresta

 

 

Maria e Daniel passaram a adotar a agrofloresta — uma abordagem que, em essência, busca cultivar como se o campo fosse uma floresta. Em vez de plantar uma única cultura em grandes áreas, eles integram árvores, arbustos e outras espécies vegetais, promovendo sinergia entre os elementos. “Na floresta, tudo nasce ali, sem depender de insumos externos”, explica Maria. “Observamos esse modelo para entender como otimizar processos e fazer com que as plantas trabalhem juntas para gerar o que precisamos.”
 
O casal iniciou uma parceria com a Milhão, uma das maiores processadoras de milho sustentável do mundo e fornecedora estratégica da PepsiCo no Brasil. A Milhão apoia produtores como Maria na implementação de práticas regenerativas, incluindo a doação de mudas nativas para promover a biodiversidade. 

 

 

Práticas regenerativas em ação

 

 

Maria e Daniel seguem testando práticas regenerativas como rotação de culturas, uso de fertilizantes orgânicos e redução da movimentação do solo. Hoje, milho e soja crescem entre fileiras de árvores, com pés de café integrados ao sistema. Os suínos também fazem parte do ciclo, circulando por áreas específicas para auxiliar na irrigação e na fertilização natural do solo. Até os fungos têm papel relevante, atuando no controle biológico de pragas e substituindo pesticidas agressivos. O sistema de compostagem da fazenda utiliza cavacos de madeira da plantação de eucalipto, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos. O resultado? Solo mais saudável, plantas mais resistentes e menor dependência de insumos sintéticos.

 

 

Inspirando outros produtores

 

 

A trajetória de Maria e Daniel mostra que é possível produzir de forma sustentável e com conexão profunda com a terra. Como destaca Marlon Prado, diretor comercial da Milhão Ingredients: “Esse projeto com a Maria, em parceria com a PepsiCo, garante ao consumidor final produtos de alta qualidade, com ingredientes sustentáveis que também beneficiam o meio ambiente.”
 
A capacitação técnica é essencial para disseminar essas práticas na região. “A Milhão apoia a Maria por meio do Consórcio Reg.IA, o primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina. O objetivo é incentivar os produtores a adotarem práticas agroflorestais e compostagem, aumentando a biodiversidade e melhorando a saúde do solo. Isso agrega valor à produção de grãos”, afirma Marlon.
 
O trabalho do casal agora integra um movimento global: a PepsiCo estabeleceu a meta de escalar práticas regenerativas em 10 milhões de acres até 2030. Fazendas como a de Maria mostram que esse modelo é viável na prática.

Construindo um legado

 

 
Apesar das transformações na fazenda, Maria mantém o foco na família. “É um privilégio continuar o legado do meu pai”, diz. “Se eu puder tornar esse lugar um pouco melhor, espero que minha filha seja feliz vivendo assim, entendendo que fazemos parte da natureza — não estamos separados dela.”
 
Para ela, o segredo está em manter-se conectada à terra e adaptar-se conforme necessário. “Para mim, isso é tudo: saber ouvir e sentir o que a natureza tem a nos dizer.”
 
A fazenda de Maria e Daniel é um exemplo do que é possível alcançar. Ao unir saberes tradicionais, apoio técnico e abertura para deixar a natureza guiar, eles estão construindo resiliência — não apenas para si, mas para as próximas gerações. “Me dá orgulho saber que nossos produtos estão chegando ao mundo todo, levando alimentos de qualidade para o futuro”, conclui Maria.
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